quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Contando uma mera existência

Entrei em pânico às 4h da tarde de um dia de sol, por perceber a grandeza da minha inutlidade. E se alguém contestar, tenho argumentos para uma discussão: Vivo robotizada e isso não há como negar. Não sinto, não penso e durmo apenas para carregar as baterias.

E naquele dia, às 4h da tarde, me peguei pensando no que farei em alguns anos. Não terei mais a faculdade e, portanto, não ocuparei mais as minhas noites com textos e livros. Serei daquelas que dorme cedo, logo depois da novela. E sim, serei daquelas que vê novela.

No dia seguinte, pela manhã, tomarei café com leite e adoçante na lanchonete da esquina, porque não tenho tempo (sic!) de ter o desjejum em casa. E para comer, um pão de queijo. Durante o dia, farei meu trabalho roboticamente, digitando informações de uma maneira que faça sentido e fique legível, enviarei e-mails, atenderei telefones.

No fim da tarde, passarei em frente à academia, me culpando um pouco por matar mais um dia e prometendo a mim mesma que "amanhã eu venho", mas nunca vou. Tomarei um banho, colocarei o pijama e comerei bolachas salgadas enquanto vejo o Jornal Nacional, esperando pela novela.

E ao final da semana, sem dinheiro para gastar e sem ter mais o apoio financeiro dos meus pais, ficarei em casa, na janela, vendo a vida passar.
 
Pânico. Simples assim, descritível em uma única palavra, foi isso o que senti. E senti na sala de aula, sentanda e impaciente, que eu não tenho futuro.

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